Campinas tem menor número de registros de nascimentos
Levantamento a partir de dados da Arpen, dos registros em cartórios do município, aponta 16.378 nascimentos em 2023, queda de 1,66% em relação ao ano anterior. Especialista destaca que número médio de filhos por mulher vem caindo desde a década de

Um levantamento do g1 a partir de dados do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), mostra que o número de registros de nascimentos em cartórios de Campinas em 2023 foi o menor da série histórica desde 2015.
- Os 16.378 registros de 2023 representam queda de 1,66% em relação ao ano anterior, e consolidam um cenário que, segundo especialistas, vem desde a década de 1970, que é a queda do número médio de filhos por mulher
"Mas como a população feminina em idade fértil seguiu aumentando, o número de nascimentos crescia também", explicou ao g1 a professora Tirza Aidar, do Núcleo de Estudos de População (Nepo), da Unicamp.
Entre os fatores que podem explicar essa redução no número de nascimentos estão os seguintes:
- Diminuição da fecundidade;
- Adiamento dos planos para inicio da vida reprodutiva, ou de aumento da prole, como ter o segundo ou terceiro filho;
- Diminuição do número de mulheres em idade fértil;
Laqueadura
Outro ponto que pode impactar nos dados nos próximos anos tem relação com a atualização da lei do planejamento familiar, que começou a valer em março de 2023, e facilita o acesso à laqueadura.
A laqueadura é o procedimento de esterilização feito em pessoas com o aparelho reprodutor feminino. A cirurgia interrompe o caminho entre o ovário e o útero com o corte das trompas. Isso impede o contato do óvulo com o espermatozoide e, consequentemente, uma gravidez.
"Na década de 1960, cada mulher em idade reprodutiva, entre 15 e 49 anos, tinha, em média, seis filhos. Agora a média é de 1,7 filho. Considerando que o nível de reposição da população seria de 2,1 filhos por casal, isso indica que ao longo da próxima década o Brasil deve iniciar um processo de diminuição do volume da população", explicou Roberto Luiz do Carmo, professor de demografia e pesquisador do Nepo, da Unicamp
📘 Veja o que mudou com a atualização da lei do planejamento familiar:
- A idade mínima passou de 25 para 21 anos;
- Quem tem pelo menos 2 filhos vivos também está autorizado, independentemente da idade;
- Foi dispensada a autorização do cônjuge para realizar a cirurgia;
- Pessoas sem filhos podem fazer a esterilização, desde que tenham a idade mínima;
- Mães podem fazer laqueadura imediatamente após o parto;
- É necessário esperar 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico.
Fonte: Por g1 Campinas e região